SOS Mata Atlântica realiza Expedição no Rio Ribeira e protesta contra construção de barragem 23h4x

A Fundação SOS Mata Atlântica realiza, de 2 a 7 de setembro, a expedição Ribeira Independente de Barragem, que percorrerá de Cerro Azul (PR) a Iguape (SP), para protestar contra a construção de barragens no Rio Ribeira, último rio federal ainda livre deste tipo de interferência. O grande evento de encerramento acontece no feriado, dia 07 de setembro, junto com o Grito dos Excluídos, em Iguape. 5x2n35

Esta ação abre o calendário de eventos pela conservação das águas que a Fundação realiza em setembro. O outro grande marco será em 24 de setembro, com uma programação especial pelo Dia do Rio Tietê (22/9).Uma das maiores ameaças à proteção do Ribeira é o projeto da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto, proposta pela CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, empresa do Grupo Votorantin.

A Usina seria instalada na divisa dos estados de São Paulo e Paraná. No Vale do Ribeira, sobrevivem comunidades quilombolas, caiçaras, índios Guarani e pescadores tradicionais. Lá está a maior área contínua de remanescentes de Mata Atlântica do País, com formações florestais, restingas, manguezais e um dos maiores complexos de cavernas do Brasil. Parte da região é considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco.

“O Tietê é o exemplo do que pode acontecer com um rio submetido a interferências como as que há cerca de 20 anos tentam fazer no Ribeira”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica. A viagem-protesto começa em Cerro Azul, no Paraná, a pelas regiões ameaçadas, encontra comunidades de quilombolas, margeia alguns dos mais ricos remanescentes de Mata Atlântica na divisa dos estados de São Paulo e Paraná, suas ilustres cavernas e segue até Iguape (SP), onde está a foz do rio.

Junto com o Grito dos Excluídos, promovido pela Igreja Católica, a Fundação e representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens, de outras ONGs e associações locais, fará uma eata da Praça da Basílica de Iguape até o Valo Grande, outro símbolo da luta pela proteção do Ribeira.

O Valo Grande é um canal artificial construído em 1848 com o objetivo de encurtar caminho ligando o Rio Ribeira de Iguape ao Mar de Dentro. Ao longo do tempo, a largura deste canal tem aumentado e provocado assoreamento e poluição em todo esse delicado ecossistema do Complexo Estuarino Lagunar, bem como desmoronamentos como o ocorrido no início deste ano, que carretou na destruição de algumas casas.

Durante muitos anos o Consema discutiu e aprovou uma proposta de solução para esse problema com a manutenção da barragem do Valo Grande para evitar assoreamentos e a construção de comportas para evitar enchentes. O Poder público ainda não fez a sua parte neste grande problema para o Vale do Ribeira e a região do Lagamar. (Daiani Mistieri/ Rede das Águas)