Indaiatuba/SP define bairros para iniciar testes de nova geração do ‘Aedes do Bem’ 396816

Indaiatuba (SP) vai testar um novo tipo de mosquito geneticamente modificado para combater a dengue, chikungunya e zika. O mosquito transgênico OX5034 é uma evolução do tipo de inseto já testado e utilizado em Piracicaba (SP), conhecido como “Aedes do Bem”, e pode ser mais eficiente e barato. O acordo entre a prefeitura e a Oxitec, empresa responsável pela pesquisa, prevê que até o final do ano comecem a ser feitos os testes em dois bairros com maior incidência na cidade. 4y2p24

“Vamos fazer os testes inicialmente na Morada do Sol e no Cecap, podendo depois ampliar para outros locais. Vamos analisar os resultados e, se forem bons, podemos manter o uso desse método nos próximos anos”, disse o secretário de Saúde, José Roberto Stefani. Não haverá nenhum custo para o município nessa fase de testes, que deverá durar até 30 meses.

O secretário disse que vinha acompanhando o resultado da experiência em Piracicaba e essa será a primeira vez que Indaiatuba utilizará um método similar. Antes de iniciar os testes, o secretário está fazendo campanhas para informar a população sobre como é o processo e tranquilizar quem tem receio.

A liberação dos insetos no meio ambiente foi aprovada pela CNTBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. São feitas análises antes dessa liberação para saber se não há riscos para os seres humanos ou o meio ambiente. Os ovos modificados tiveram a liberação de importação e serão desenvolvidas na fábrica da Oxitec em Campinas.

Machos – O mosquito transgênico usado em Piracicaba cruza com as fêmeas selvagens e as larvas geradas por ela, tantos de fêmeas quanto de machos, não chegam à fase adulta, diminuindo a população do Aedes na região.

“A nova linhagem desenvolvida tem as mesmas características da primeira, mas com a diferença de que depois que o macho cruza, somente as descendentes fêmeas morrem”, diz Cecília Kosmann, coordenadora de e científico da Oxitec.

Os novos machos herdam os genes do mosquito modificado e, após cada cruzamento, seguem as mortes somente das fêmeas, diminuindo a sua população. Os mosquitos machos não picam e nem transmitem doenças. Somente as fêmeas picam os humanos, pois precisam do sangue para produzirem os ovos. Com isso, os riscos de transmissão da dengue, chikungunya e zica diminuem.

“Indaiatuba é a única cidade até o momento onde faremos os testes dessa nova linhagem, que devem durar 30 meses. Nesse período soltamos os mosquitos duas a três vezes por semana e analisamos os resultados”, diz Cecília.

Após essa fase de testes, os resultados vão para a CNTBio, que avalia se libera ou não o uso comercial. A primeira linhagem já é usada comercialmente em Piracicaba, ao custo de R$ 30 por ano por habitante da região onde é utilizado o mosquito.

A nova linhagem deve ser mais barata, pois o mosquito macho que nasce dos cruzamentos permanece na natureza, mas ainda não há cálculo exato de quanto será a economia. Isso diminui a quantidade de insetos modificados que devem ser lançados e a equipe de soltura e monitoramento.

Para desenvolver a nova linhagem, a Oxitec faz pesquisas em laboratório há cinco anos. Atualmente de 20 a 25 pessoas trabalham diretamente no projeto, que ainda terá mais quase três anos de testes antes de ser analisado para liberação comercial. (Fonte: G1)